outubro/2023
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A solenidade de abertura da Mercopar 2023, realizada na tarde desta terça-feira (17), no Parque de Eventos da Festa Nacional da Uva, teve o anúncio por parte da organização de que a feira passa a ter 365 dias de duração. Para a consolidação do projeto, o Sebrae RS e a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul criarão ambiente virtual permanente para a realização da feira ao longo de todos os dias. “Será a primeira feira aberta no Brasil e, possivelmente no mundo, com 365 dias de duração, para manter as conexões e oportunizar mais negócios”, assinalou o diretor-presidente do Sebrae RS, Dagoberto Godoy. O link de acesso é www.mercopar.com.br.

De acordo com o executivo, a ideia já vinha sendo avaliada há algum tempo a partir da constatação de que a feira não poderia ficar limitada aos quatro dias presenciais, interrompendo as conexões e os negócios. “Queremos oportunizar a continuidade das relações comerciais e dos conhecimentos”, reforçou. Godoy citou que a feira, em quatro anos, teve acréscimo de 560% nos negócios gerados, saindo de R$ 65 milhões, em 2019, para R$ 430 milhões na edição passada. Para 2023, a estimativa é de superar os R$ 500 milhões.

O prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomenico, destacou a diversidade da economia da cidade, que é a maior produtora de hortifrutigranjeiros do estado, mas também lidera o ranking na indústria metalomecânica, além de outros segmentos importantes. Para ele, a Mercopar é a síntese do que o município tem de melhor para mostrar ao mundo. “Esta terra surpreende diariamente com inovação e pesquisa. Temos um dos melhores ambientes para se fazer negócios, sendo o sexto município mais inovador do Brasil e presente dentre as mil cidades do mundo com melhor ambiente para startups”, observou, citando a realização, nos dias 13 e 14 de novembro, da 2ª Feira do Grafeno, iniciativa da Universidade de Caxias do Sul.

De acordo com o prefeito, a atual gestão tem como um dos objetivos reduzir a burocracia, simplificando o que é possível para facilitar a rotina de quem quer empreender e investir em Caxias. Lembrou que a redução na alíquota do ISSQN, de 4% para 2%, para empresas de base tecnológica, resultou em aumento de 50% na arrecadação de impostos nesta categoria. “Acreditamos no liberalismo econômico e queremos que Caxias do Sul seja reconhecida, cada vez mais, como um polo de plena inovação e desenvolvimento. Aqui, empresas de todos os tamanhos e setores podem encontrar oportunidades, competir globalmente e contribuir para o progresso”, assinalou.

Representando o governo do Estado, o vice-governador Gabriel Souza assinalou que um dos objetivos da administração é conectar ainda mais o Rio Grande do Sul com as principais pautas mundiais, citando o movimento ESG como base para este movimento. Segundo ele, o estado já é um dos mais inovadores do Brasil, respondendo por 12% da produção científica nacional e sede de 16 parques tecnológicos.

Mas para avançar neste processo, frisou a importância da qualificação da mão de obra. “Não se produz inovação sem pessoas qualificadas”, definiu, ao destacar a prioridade maior do governo de investir na educação. Ressaltou que, nos próximos três anos, o Estado investirá R$ 780 milhões na qualificação da juventude, tendo como um dos pontos centrais o combate à evasão escolar.

Também destacou a meta do governo de imprimir ações para reduzir as crises climáticas, que têm gerado prejuízos enormes ao estado por meio de enchentes, como a situação atual, e de secas. “Nos anos recentes tivemos três estiagens e nove ciclones. Felizmente, a sociedade tem sido resiliente para superar as adversidades”, comentou. De acordo com o vice-governador, o Estado trabalha por uma sociedade mais verde, com mais carbono neutro e fontes renováveis de energia. “Não podemos perder estas potenciais oportunidades para superar os difíceis momentos atuais”, frisou.

O diretor-presidente do Sebrae nacional, Décio Lima, manifestou que o Brasil vive um momento de transformação social e econômica, mas tendo três desafios pela frente. Um deles é a sustentabilidade de forma a conter as atuais condições climáticas, citando as crises recentes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina com enchentes e no Amazonas, com seca. “A sustentabilidade precisa estar na pauta para garantir uma economia equilibrada”, afirmou.

Outro ponto é a inovação, que, segundo ele, deve ser um movimento permanente e não estático. Definiu como uma mudança sem retorno e que revolucionará a indústria por meio da inteligência artificial. “As alterações ocorrerão em velocidade constante”, alertou. O terceiro desafio é o atendimento ao movimento ESG por meio de um processo social e de inclusão. “Teremos de ser acolhedores e solidários”, defendeu.

O executivo afirmou estar otimista com o momento atual do Brasil, destacando a estimativa de crescimento do PIB em até 3,5% neste ano e de mais uma safra agrícola recorde. Também comentou o movimento de neoindustrialização para que a atividade recupere parte da representatividade que perdeu ao longo dos últimos anos. “Não podemos seguir reféns das exportações de commodities. Precisamos qualificar a riqueza nacional”, afirmou. Com a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, o presidente do Sebrae acredita que o setor passa a ter proteção do Estado por meio de marcos regulatórios. Lembrou que as micro e pequenas organizações representam 94% das empresas registradas no Brasil, respondem por 55% dos empregos, mas participam com somente 30% no PIB.

Vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul e representante do Conselho Deliberativo do Sebrae Estadual, Gilberto Ribeiro, manifestou otimismo com a Mercopar, vislumbrando a geração de novos negócios, mas também pela decisão de potencializar o movimento ESG por meio do carbono neutro. “A feira tem grande relevância no crescimento do mercado e nos conhecimentos sobre tendências e soluções”, frisou. O presidente em exercício da Federação das Indústrias, Arildo de Oliveira, destacou o tema da feira, com foco em ESG, e o aumento de expositores nesta edição. Recordou o ingresso da entidade na gestão da feira, em 2019, após ter sido parceira desde o seu início. “O momento é inspirador. Este é um local de negócios e troca de conhecimentos”, reforçou.

A solenidade de abertura ainda contou com as presenças da vice-prefeita Paula Ioris, da chefe de Gabinete, Grégora Fortuna dos Passos; da diretora-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Caxias, Maria de Lourdes Fagherazzi; da secretaria da Cultura, Cristina Nora Calcagnotto; dos secretários Flávio Cassina, de Governo; da Receita, Roneide Dornelles; do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Élvio Gianni; da Segurança Pública e Proteção Social, Paulo Roberto da Rosa e Silva; da Habitação, Wagner Petrini; da Educação, Edson da Rosa; do Turismo, Ricardo Daneluz; e da Agricultura, Rudimar Menegotto; do diretor-presidente da Festa Nacional da Uva S.A, Idair Moschen; do procurador-geral Adriano Tacca; e do presidente da Festa Nacional da Uva, Fernando Bertotto, e da rainha Lisandra Mello Chinalli e das princesas Eduarda Ruzzarin Menezes e Letícia de Carvalho.

Ocupando mais de 38 mil metros quadrados – seis mil a mais que em 2022 –, a feira reúne em torno de 600 expositores, crescimento de quase 20%. O conteúdo técnico também atingirá um novo patamar: serão 285 horas de programação diversificada ao longo dos quatro dias, 85 horas a mais que em sua 31ª edição. A feira segue até sexta-feira (20), funcionando das 13h às 20h.

Fotos de Daniela Xu e Eduardo Rocha